Ourinhos não é a cidade perfeita

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terça-feira, 12 de julho de 2011


Não se deve buscar a perfeição numa cidade como esta: há cachorros molengas pela rua que rolam na carniça; há um paradoxo terrível que ampara a jovialidade terrena com as panças dos homens ideais que vivem nos bares, a cada esquina. Sem ao menos falar das igrejinhas que contrastam uma ambição do divino junto à crueza da carne humana que grita sob um vestido alvo. Como não se tem o fado para nos “dizer o que a vida não diz”, tem-se que deter os ouvidos a uma outra potência musical: a visão! É essa a verdadeira potência exigida em lugares como este onde o sol, ao mesmo tempo em que quara a roupa branca manchada de terra vermelha, tinge de um brilho amendoado a pele dos homens comuns. Potência que permite ver e ouvir os desvios sedutores de uma língua viva que conduz para Cila. Um segundo ouvido imagético, apto a menor nuance de luz e cor, eis o desvio sobre a perfeição. Há sempre outros lugares que se pode exigir uma perfeição, aqui não. Esta cidade, um misto de esperança e cansaço em meio a uma atmosfera desolada, não é perfeita. Tampouco deveria sê-la. Ainda bem que esta cidade não é perfeita e com os ouvidos bem abertos podemos ver as cores luzentes de suas imperfeições terrenas banhadas pelo sol. 


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