Animwork - Ensino por meio de animações
Tecnologias e seus similes sempre incitaram-me certa curiosidade e sincera excitação nervosa ao se apresentarem como "possibilidades", "abertura", "caminhos novos". Em contrapartida, existem os elementos dos quais ainda não se esgotaram todas as possibilidades e com a substituição à determinadas tecnologias direcionadas por uma demanda de mercado, ocorre-me sempre olhar com suspeita tanto o "Hocus pocus" em que surgem estas, quanto a carga mercadológica da velocidade de suas implementações. Quero dizer com isso que é dificil assimilar uma tecnologia ou um uso específico de dada técnica quando existem tantas coisas em jogo.
No entanto, não me sinto à vontade ao lado das hienas pessimistas que agridem nossos ouvidos com o "computador substituirá o homem!", "as máquinas são instrumentos do diabo!" ou mesmo "Nego-me a utilizar o que é novo!": não sou tão extremista!
Porém, o frenesi futurista-otimista não me tranquiliza como aos histrionicos de toda espécie. Se fosse dizer alguma coisa quando, no máximo estaria a ponto de silenciar, diria: "Cautela meus amigos, cautela!
Apresentei essa questão controversa para falar de um instrumento do qual acredito carregar atualmente também uma gota de controversia: O ensino por meio de animações!
É exatamente este o projeto desenvolvido por instituições de cinco países europeus. A parceria consiste na união de instituições como 9 zeros da Espanha, Ciclope filmes de Portugal, a Universidade do Oeste da Inglaterra, o Kinobuss da Estónia, e a The animation Workshop/CVU Midt-Vest da Dinamarca.
É muito interessante essa proposta pois ela está fundamentada sob o argumento de que este tipo de linguagem, a linguagem da internet, dos jogos e dos filmes, enfim, a linguagem das animações, está presente constantemente no universo diário de crianças e adolescentes.
Deste modo, o projeto mantém um site na internet o animwork do qual serve de guia completo de criação e elaboração de material para o ensino com animação. O site é em inglês e disponibiliza tanto o download dos guias no formato pdf para leitura e impressão, como o visitante do site pode acessar esses conteúdos passo a passo em arquivos em flash e vídeos disponíveis no website. O projeto é muito bom e excessivamente sujestivo em termos de abertura de possibilidades. Particularmente, fiquei muito curioso para ver propostas de animações para o ensino de Filosofia com o uso de animações.
Contudo, como um projeto que tem seu "pano de fundo" na realidade européia, nas crianças européias, no ensino europeu, surgem possíveis dúvidas em relação a aplicabilidade deste projeto às realidades do ensino no Brasil:
1. Por que o site não possui tradução do conteúdo para o português. Como voluntários podem auxiliar nesse processo de tradução?
2. Nossos professores do ensino público do país, por exemplo, teriam condições financeiras de adquirir uma câmera e um bom computador para a criação das animações?
3. Teriam incentivo e disponibilidade de tempo das instituições em que trabalham para elaboração das animações?
Estas três questôes bastam por ora! Pois, em verdade, como já é sabido, projetos desse tipo ficam na maioria das vezes no círculo de professores excêntricos que ainda, de certo modo, acreditam no cultivo , por meio da educação, de um tipo de homem elevado que só vislumbramos outrora em sonhos pueris.
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